Tenho visto e lido ultimamente vasto material que sinaliza soluções taylor made para superar obstáculos quando da “busca de um novo emprego”.
Impressiona a forma, o conteúdo e a aplicabilidade destas soluções à disposição na internet e livrarias.
A questão básica, contudo, é de digressão, ou seja, profissionais brasileiros em particular se condicionam a delírios caóticos, adoram uma situação irreal e adotam políticas e posturas mais emotivas ao invés da praticidade e objetividade nas ações.
Não existe portanto, melhor terreno para plantar, cultivar e colher resultados, principalmente financeiros, do que este cliente potencial.
Paralelo poder-se-ia fazer com a abundância de salvadores de almas existentes e o conseqüente crescimento econômico de grupos portadores de passaportes celestes.
Isto é prova inconteste de que o farto material de "como arrumar um emprego em 7 dias" caracteriza-se como mais um “jeitinho brasileiro” visando resolver questões para se arrumar um novo emprego como um passe de mágica; não passa de uma peça de ficção.
Não quero com isso sepultar ou repudiar o jeitinho brasileiro como forma criativa de soluções pontuais típicas de nossa cultura social e organizacional.
Trata-se de facetas do conhecido mito “do homem cordial brasileiro”, como coloca o historiador Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, pags., 146/147, Ed. Cia. das Letras, em comparação ao tipo absolutamente positivo do protestante ascético norte-americano.
São traços culturais de uma sociedade onde predomina o individualismo personalista, a busca de prazeres imediatos, forte tendência às relações de dependência, alta aversão às incertezas, o sempre querer levar vantagem em tudo, a adoração ao estrangeirismo e paternalismo entre outros aspectos.
Em resumo, não acredito ser possível alguém de repente se transformar em outra pessoa para/ou durante uma entrevista.
Perde-se a naturalidade, a espontaneidade e a autenticidade de suas personalidades, exatamente o que as empresas buscam.
Sempre que respostas e comportamentos se posicionarem como os salvadores de almas pregam, a probabilidade dos resultados serem opostos aos esperados serão mais evidentes.
Eu prefiro ganhar com um "chato" do que perder com um "simpático" ...e você ?!
3 comentários:
...nada mais que um capitulo da longa história,"ERA UMA VEZ UM PAÍS CHAMADO BRASIL""".Porém até ao final do livro... não desisto sou BRASILEIRA !!!!
valeu Bianco, F.Arruda
Parabens Mauro, excelente texto.
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